Fabiana Murer sofreu para chegar à final do salto com vara no Mundial
de Moscou, ao precisar saltar três vezes para conseguir ultrapassar a
marca de 4,55 m. Na decisão, nesta terça-feira, Murer até melhorou,
conseguiu passar de 4,65 m, mas falhou na altura seguinte (4,75 m) e foi
eliminada antes mesmo da definição das medalhas - ficou em 5°. O ouro
ficou com a dona da casa e recordista mundial, Yelena Isinbayeva, a
única a saltar 4,89 m.
A brasileira, assim, perdeu a chance de levar o bi mundial na prova -
venceu em Daegu, na Coreia do Sul, em 2011, quando saltou 4,85 m. É a
segunda decepção seguida de Murer em grandes competições: nas Olimpíadas
de Londres-2012, ela foi eliminada ainda nas classificatórias, quando desistiu de saltar em 4,55 m. Segundo ela, o vento impossibilitou com que tentasse "em segurança" ultrapassar a altura.
Em 2011, ela se tornou a primeira - e até hoje, única - brasileira dona
de uma medalha de ouro em Mundiais de Atletismo. Para defender a
conquista, começou a final pulando os saltos de 4,30 m e 4,45 m,
entrando na prova diretamente no salto de 4,55 m.
"Fiz tudo que eu pude, mas não foi suficiente para medalha. Foi por
muito pouco que não passei. Por isso fiquei bem chateada", declarou
Murer, após a prova, ao canal SporTV.
Já Isinbayeva reconquistou o trono da modalidade: depois de decepcionar
na decisão de Londres, venceu o ouro mundial depois de seis anos. Sua
última conquista havia sido em 2007, em Osaka, no Japão.
A prova
Se nas eliminatórias Murer havia precisado de três tentativas, na final
começou bem: sem dificuldades, passou de primeira, assim como a americana Jennifer Suhr, uma das favoritas, e melhor que a cubana Yarisley Silva, que precisou de duas tentativas.
Já Isinbayeva só começou a saltar em 4,65 m e falhou na primeira
tentativa. Passou na segunda, mas ficou atrás de Murer, que acertou
novamente de primeira.
Só que a altura seguinte se mostrou demais para Fabiana. A melhor marca
da brasileira no ano é de 4,73 m e os dois centímetros além se
mostraram intransponíveis.
"Peguei uma vara mais forte pra segunda tentativa, saltei mais alto. Só
que no final tive um desequilíbrio para o lado. Não sei se sem esse
desvio teria passado, não dá para saber. Talvez 5 cm mais perto (a vara,
do corpo) teria dado certo", disse Murer, antes de chorar, durante
entrevista ao SporTV.
Isinbayeva seguiu firme, ao lado da americana Jeniffer Suhr, da cubana
Yarisley Silva e da alemã Silke Spiegelburg - esta foi a primeira a sair
da prova depois de Fabiana, ao não passar 4,82 m.
Surh e Silva, por sua vez, não passaram de 4,89 m. Apenas Isinbayeva
conseguiu. E a russa pôde correr para a torcida de Moscou após o
terceiro erro das adversárias - ela havia acertado de primeira sua
tentativa.
Depois, foi hora do show: já com o ouro, Isinbayeva não deixou a
torcida ir embora do estádio e tentou bater o recorde mundial, com a
vara em 5,07 m - o recorde é de 5,06 m. Até chegou perto na segunda
tentativa, mas não conseguiu. Não importava: ela, sorrindo, vibrou
novamente com a torcida e com seu técnico, e com direito à abraço na
mascote e até a "estrelas" na pista.
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